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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Jogo fácil? Sem essa no nosso Brasileirão

Nesta quarta-feira o Campeonato Brasileiro teve a abertura de sua 17ª rodada. Sete partidas agitaram os gramados pelo país. E, dentro deles, tivemos algumas surpresas e resultados que não eram aguardados, fato que acabou por deixar este início de rodada mais interessante e emocionante, além de é claro deixar os torcedores malucos, mostrando que no nosso Brasileirão qualquer partida levada com algum "relaxamento" pode virar uma tremenda dor de cabeça para as equipes, perdendo pontos importantes, que com certeza farão falta no término da competição


Vamos destacar primeiramente os jogos que tiveram resultados digamos "aceitáveis" e em até certo ponto esperados, sem surpresas ou espantos. Na Arena Independência, duas equipes da parte de cima da tabela buscavam se manter na briga: Cruzeiro e Fluminense proporcionaram um jogo polêmico e nervoso, que acabou no empate. Depois de sair na frente, a raposa permitiu a igualdade do tricolor. O resultado acabou sendo ruim para os donos da casa, que se afastaram um pouco do G-4, e também não tão satisfatório para o Flu, que perdeu a oportunidade de encostar de vez no líder Atlético-MG.


Diferentemente de ambos, a equipe que aproveitou, venceu e voltou para o grupo dos primeiros colocados foi o Botafogo, que recebeu o Sport no Engenhão e não deu chances para o azar: um 2 a 0 não tão convincente, mas que serviu para a equipe voltar a flertar o grupo dos quatro primeiros colocados, e acabou por afundar ainda mais o Sport. Quem acabou saindo da zona do rebaixamento depois de muito tempo foi o Palmeiras, que mais uma vez contou com a inspiração do atacante Barcos para triunfar sobre o Flamengo. Agora, o verdão busca engrenar de vez no Brasileirão. Coisa que parece ser difícil no Fla, que, depois de duas vitórias, volta a perder e estaciona na tabela

Agora, o destaque vai para as partidas que puderam ser caracterizadas como surpreendentes pelos resultados finais. E o meu destaque maior fica para a derrota do Grêmio contra a Portuguesa. Jogando no Estádio Olímpico, o tricolor gaúcho vinha muito embalado pelos últimos jogos e pela ótima campanha, e enfrentaria um adversário que ainda estava tentando se estabilizar na tabela. Jogo fácil? No Campeonato Brasileiro esta pequena frase não existe. Vitória da lusa por 2 a 1, que faz o time se afastar de vez da degola e deixa o Grêmio mais longe dos líderes, e com a ameaça de perder seu posto no G-4.

Outra surpresa, esta bastante considerável também, foi o empate no confronto dos atléticos. O líder mineiro e o desesperado goiano se enfrentaram no Serra Dourada e, pra quem esperava mais uma vitória dos visitantes, se enganou. Mesmo jogando boa parte do jogo com um jogador a menos, o dragão foi valente e contou com a trave para parar o ímpeto do primeiro colocado e conquistar um pontinho bastante comemorado. Já o galo perdeu a chance de disparar ainda mais na liderança, e pode ver o Vasco se aproximar novamente.

O São Paulo também acabou sendo parado por uma equipe da parte debaixo da classificação. E de uma forma bem pior. Jogando nos Aflitos, o tricolor paulista sofreu uma derrota merecida para o Náutico, que usou de sua velocidade para derrotar seu adversário: 3 a 0, resultado que deixa a equipe agora bem mais distante da zona da Libertadores e faz com que o timbu respire na tabela. Finalizando a abertura da 17ª rodada, a Ponte Preta, pedra no sapato de muita gente neste primeiro turno, sofreu uma derrota inesperada. Dentro de casa, acabou sendo derrotado pelo Bahia e permanece com sua grande irregularidade na competição. Os baianos, por sua vez, deixaram a zona de rebaixamento.  

Esta foi a abertura de mais uma rodada. Mais três partidas finalizam ela nesta quinta-feira, prometendo muita disputa e quem sabe mais resultados inesperados, pois, neste nosso Brasileirão, qualquer partida vira uma decisão.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O interminável "fantasma" olímpico e a 16ª rodada do Brasileirão

Mais uma frustração. Mais uma batida na trave. E mais uma medalha de prata e o ouro que escapa das nossas mãos (ou melhor, dos nossos pés). Neste sábado a seleção brasileira tinha tudo para vencer o México na final do futebol nas Olimpíadas de Londres e enterrar de uma vez por todas um velho "fantasma" que assola os gramados brasileiros dentro dos jogos olímpicos. Mas infelizmente a equipe, que pouco convenceu durante toda a competição, não se encontrou dentro de campo, acabou derrotada e mantendo este tabu que parece interminável.

Podemos afirmar que o Brasil não esperava tantas dificuldades em uma final. Depois de enfrentar equipes teoricamente com pouca expressão no futebol e com baixa qualidade técnica (mesmo com isso, as vitórias vieram no sufoco em quase todos os jogos), o time teve pela frente uma seleção mexicana muito bem postada dentro de campo, tanto defensivamente como ofensivamente, e teve muitas dificuldades durante toda a partida. Mais uma vez o técnico Mano Menezes repetiu o esquema tático das semifinais, deixando Hulk no banco e colocando Alex Sandro na lateral-esquerda, deslocando Marcelo para o meio-de-campo. Porém, as coisas desde o comecinho de jogo estavam totalmente perdidas e fora do lugar para a seleção brasileira.

Isso porque com menos de trinta segundos o México abriu o placar, em mais uma das inúmeras falhas e cochiladas da defesa brasileira. É inadmissível uma equipe como esta sofrer um gol tão rapidamente. Com isso, o esperado seria o Brasil colocar em prática novamente o que já havia feito dentro de campo nas outras partidas. Mesmo saindo atrás do marcador, o time não se abateu, impôs seu ritmo no ataque e as chances saíram naturalmente. Mas contra os mexicanos a coisa acabou não fluindo como o esperado. Perdendo o jogo nitidamente no meio-de-campo e nas laterais, a nossa seleção parecia perdida, sufocada e sem ter o que fazer quando tinha a bola nos pés, diante da pressão exercida pela marcação do adversário, e não conseguindo alternativas para sair da complicada situação. Mano tentou arrumar a equipe, voltando com seu esquema antigo, colocando Hulk em campo. Algumas chances até foram criadas depois da entrada dele, que mostrou muita disposição, mas nada que assustasse muito a meta do goleiro mexicano.

A etapa final permaneceu com o mesmo panorama no início, e a situação acabou se complicando com o decorrer do tempo. Com os nossos laterais subindo juntamente com os volantes, de uma forma não muito organizada, e com Oscar muito mal em campo, o Brasil não criou mais oportunidades e estava desarrumado, correndo risco de sofrer o segundo gol, que acabou vindo e mostrando toda a confusão da defesa brasileira, que deixou o adversário subir sozinho e cabecear no canto do goleiro Gabriel, acabando com todas as chances do ouro. Hulk, o mais lúcido em campo, ainda descontou no final, mas não adiantou. 

Novamente a seleção brasileira bate na trave em uma Olimpíada. Estes jogos prometiam muito, e foi criada uma expectativa muito grande em cima dele, por se tratar de uma geração de jogadores com muita qualidade (talvez a melhor geração olímpica que já tivemos) e também pelos adversários de pouca expressão. Apesar disso, durante todas as partidas da competição as vitórias vieram de uma forma apertada e não convincente. Tivemos alguns problemas fora e dentro de campo que acabaram prejudicando o grupo. Uma delas foi o corte do goleiro Rafael, titular do time, e que deixou uma deficiência grande nas traves da seleção. A fragilidade da defesa, que, mesmo contando com Thiago Silva, falhou em muitas oportunidades e comprometeu. Os dois volantes, Sandro e Rômulo, que jogaram de uma forma confusa em muitas vezes, não conseguindo cobrir as laterais de campo e atuando a frente de suas respectivas posições.

Falando especificamente dos problemas dentro de campo, podemos apontar um grande responsável por mais este fracasso olímpico: e ele se chama Mano Menezes. Alguns podem até dizer que não houve um tempo hábil para uma preparação intensa desta seleção, mas eu acabo discordando disso. Apesar dos poucos jogos, o tempo de treinamento e trabalhos técnicos e táticos foi rasoável para se fazer um bom trabalho e vencer os jogos. Além disso, Mano acabou pecando em muitas vezes, e por questões até de visão de jogo, deixando um jogador acima dos 23 anos no banco de reservas, apostando num Paulo Henrique Ganso quase que "acabado" tecnicamente e psicologicamente, não efetuando as mudanças certas durante as partidas, e também nesta final, e pecando até nas convocações. Ele não conseguiu formar uma equipe, não sabendo usufruir de uma seleção com jogadores de muita qualidade e com uma geração repleta de talentos.


Minha opinião é de que seu ciclo a frente do Brasil deveria já ter seu fim. Os resultados não estão vindo, as cobranças aumentam, e vejo que Mano não possui um perfil visando a Copa do Mundo de 2014, a acabou por mostrar isso a beira do gramado comandando a seleção. Ele não conseguiu formar uma base e uma cara para a nossa seleção canarinho, a pouco menos de dois anos para o Mundial, e isso preocupa bastante. E estes Jogos Olímpicos acabaram por confimar que seu nome não é o certo para seguir no comando do Brasil. Nesta semana que se inicia devermos ter uma posição oficial da CBF sobre isso. Mais uma frustração, desta vez em Londres, e fica para o Rio em 2016 a chance da seleção tentar terminar com este tabu difícil de ser quebrado.

Trocando de assunto, vamos destacar a 16ª rodada do Campeonato Brasileiro, que teve sua realização neste final de semana. No sábado, quatro partidas abriram a rodada. O destaque ficou para as vitórias de Flamengo e Cruzeiro. O rubro-negro derrotou o Náutico com dois gols do artilheiro Vágner Love, e parece que já está se arrumando sob o comando de Dorival Júnior. Já a raposa foi até Pituaçu e venceu o Bahia por 1 a 0, permanecendo na briga para entrar no G-4. Outra equipe que venceu foi o Figueirense, quebrando um longo jejum de vitórias, derrotando o Sport fora de casa e deixando a lanterna para o Atlético-GO, que deixou escapar a vitória contra o Santos. Depois de estar vencendo por 2 a 0, o peixe voltou com alterações para a etapa final, que surtiram efeito e fizeram com que o resultado ficasse em 2 a 2. O alvinegro também segue na parte debaixo da tabela.

No domingo, mais seis partidas acabaram por finalizar mais uma rodada. E o grande destaque se dava no confronto dos dois primeiros colocados na classificação. Atlético-MG e Vasco se enfrentaram em Belo Horizonte, prometendo um duelo bastante interessante e brigado. E foi isso que aconteceu. Com muita disputa por cada parte do gramado da Arena Independência, a partida acabou por se caracterizar por um domínio dos donos da casa, que tinham a maioria da posse de bola e, imprimindo muita velocidade e jogadas envolventes, acabou por furar a melhor defesa do Brasileirão, que já estava a sete jogos sem ser vazada. Jô foi o responsável pelo único gol do jogo, que fez o galo abrir uma boa vantagem na liderança, e ainda com uma partida a menos. O destaque da partida ficou para Ronaldinho Gaúcho, que, jogando solto no meio-de-campo, comandou o time mineiro para mais uma vitória, a 12ª em 15 jogos.


E, assim como o galo, as equipes de cima da tabela venceram seus jogos. A vice-liderança trocou de mãos nessa rodada. O Fluminense venceu o Palmeiras com um gol solitário de Jean já no final de jogo, deixou o Vasco para trás e fica a três pontos da ponta. Os gaúchos Grêmio e Internacional tiveram que buscar a virada em suas partidas para permanecerem no pelotão de frente do Brasileiro. O colorado sofreu um susto contra a Ponte Preta dentro de casa, mas virou e assumiu a quinta colocação, ficando um ponto atrás do seu rival tricolor, que foi até o Morumbi enfrentar outro tricolor. E, depois de sair atrás do placar, usou toda a qualidade e experiência dos seus jogadores para vencer por 2 a 1 e permanecer na quarta colocação.
 
Quem acabou ficando mais distante desta briga pelo G-4 foi o Botafogo, que foi até o Canindé e tropeçou diante da Portuguesa. O alvinegro saiu na frente, mas permitiu o empate dos donos da casa e se afastou um pouco do grupo da frente. Pra finalizar, no Couto Pereira, o Coritiba segue na luta para se achar de vez dentro do Brasileirão. Mais uma vez a equipe foi derrotada, desta vez pelo Corinthians, e permanece com sua grande irregularidade. Enquanto isso, o timão tentar uma aproximação com os primeiros colocados. Final de semana cheio de emoções no futebol, algumas ruins, decepcionantes, mas outras muito válidas e interessantes. Nesta meio de semana tem mais, Brasileirão e seleção brasileira em campo, para a alegria dos "pitaqueiros" de plantão, como todos nós somos.