O domingo que se passou foi marcado pelo complemento da 23ª rodada do
Campeonato Brasileiro. Sete partidas movimentaram os gramados pelo país,
e algumas em especial merecem todo o nosso destaque e análises mais
detalhadas.
Pra começar, vamos destacar as equipes que andam fazendo bonito no
campeonato, estão em plena ascensão e são os principais candidatos ao
título nacional. Estamos falando é claro de Fluminense e Atlético-MG.
Ambos venceram na rodada e seguem na ferrenha briga pela ponta, que hoje
permanece com tricolor carioca. O time de Abel braga foi até Porto
Alegre enfrentar uma dura partida contra um Internacional muito
desfalcado. E, sabendo "jogar o jogo", o Flu marcou seu único gol com o
artilheiro Fred, depois de uma linda jogada de Wellington Nem, e soube
segurar muito bem as investidas coloradas, sem tomar sufoco e
administrando o resultado e consequentemente a ponta da tabela. Mesmo
com alguns desfalques, o Fluminense vem mostrando a força do seu elenco,
que é muito forte, e vem fazendo uma competição quase que irretocável.
Será difícil tirar a liderança das mãos dos cariocas.
Quem tem esta árdua missão é o Atlético-MG, que na noite de ontem voltou
a vencer e permanece encostado no líder. Jogando contra um desesperado
Palmeiras, o galo não entrou em desespero e, com calma e imprimindo seu
ritmo, venceu por 3 a 0 e espera agora uma nova boa sequência de bons
resultados para chegar a liderança novamente. Ainda com um jogo a menos
que os demais times, os mineiros, assim com o Flu, estão sabendo muito
bem utilizar suas ótimas peças. Cuca formou um time entrosado e
encaixado dentro de campo, que atua com muita vontade e envolvendo o
adversário. Na minha opinião, a briga pela taça vai ficar restrita a
estas duas equipes, e incluo o Grêmio desta disputa, até também pela
qualidade do elenco e time dos gaúchos.
Quase entrando no G-4 está o Botafogo, que conseguiu mais um resultado
positivo nesta rodada e vê a zona da Libertadores muito próxima. Dentro
de casa, o fogão até foi pressionado, mas venceu bem o Náutico. Contando
novamente com o apoio da torcida, o time mais uma vez usou toda a força
de sua linha ofensiva para vencer e continuar sua ascensão na
classificação. O destaque do time botafoguense está justamente da linha
do meio-de-campo para frente. Com Andrezinho, Seedorf, Felipe Gabriel e
Elkesson na frente (este voltando a jogar bem e a marcar gols), o time
de Oswaldo de Oliveira vê cada vez mais perto a entrada no G-4. Se
continuar atuando desta maneira, o fogão tem tudo para brigar
ferrenhamente por isso até o término do Campeonato
Falando em G-4, temos mais três equipes brigando por um lugar ao sol
neste posto. Além do Botafogo, São Paulo, Cruzeiro e Internacional já
estão neste pelotão da frente a um tempo. Mas uma coisa acaba por
incomodar e atrapalhar muito a entrada deles na zona tão almejada:
aquela palavra já conhecida das equipes, a irregularidade. Estre trio
possui equipes muito boas, que tem futebol para chegarem a frente e
disputarem uma vaga na competição sul-americana. Porém, permanecem muito
irregulares desde o início do Brasileirão, sofrendo com desfalques,
entrosamento e o encaixe da equipe. Este bolo de times ainda persiste, e
deve persistir até o final do torneio. A grande questão é quem vai
conseguir buscar primeiro uma regularidade de resultados e atuações nas
partidas, coisa que deve ditar o ritmo das posições na tabela no
Brasileiro.
falar
do resultado mais expressivo da rodada, que envolveu justamente um time
no G-4. O Vasco recebeu o Bahia em São Januário, buscando uma vitória
para não perder os adversário da frente de vista e também para não
deixar os rivais de trás encostarem. Porém, nem o mais pessimista
vascaíno poderia imaginar o que viria a acontecer. Com muitos
desfalques, é verdade, mas com um desempenho, vontade, mau futebol e
apatia fora do comum, a equipe levou um show de bola dos baianos, foi
humilhada dentro de casa e viu uma crise tanto interna como externa se
instalar de vez no clube. Pra quem viu a partida, pode considerar a
conduta do time cruzmaltino inaceitável, em todos os sentidos. Nem ao
menos a vontade de jogar num clube grande se fez presente, e assim a
goleada foi construída naturalmente, com o tricolor baiano atuando de
forma muito bonita e envolvente.
Escutando atentamente o pós-jogo da Rádio Globo AM do Rio de Janeiro,
podemos perceber que há realmente um "raxa" dentro do grupo vascaíno,
até pela grande apatia mostrada no jogo da noite anterior. Supostamente a
richa seria entre Juninho Pernambucano e Felipe. Os dois não tem um
relacionamento bom, e isto já não é novidade. Agora, esta questão não
pode envolver o lado profissional da coisa, ainda mais quando o
envolvido e afetado é um clube do tamanho do Vasco, que está brigando
por boas posições no Campeonato Brasileiro. Além disso, Felipe, que
havia sido vetado para o jogo de ontem, por contas de dores no joelho,
apareceu jogando fut-vôlei na praia a tarde. Episódio este que deve ter
bastante repercussão dentro de São Januário. Aliás, o time, depois das
grandes perdas que teve no primeiro semestre, perdeu muita força e vem
numa queda-livre na tabela, sendo ameaçado de perder sua vaga no G-4
depois de um longo período, que perdura deste o campeonato do ano
passado. Os torcedores culpam o técnico Cristovão Borges e a diretoria
por este situação. E não estão errados totalmente.
A diretoria cruzmaltina tem sim muita culpa, por não saber repor as
peças do elenco, que ficou muito fragilizado durante o campeonato, até
conseguiu se virar no começo, mas que agora está perdendo totalmente o
gás. Já a questão de Cristovão é mais complexa. Apesar de alguns
equívocos em escalações e mudanças, ele não possui peças que o ajudam. A
troca de treinador a esta altura não valeria a pena para o time. Esta
goleada histórica sofrida pode ser um divisor de águas para o clube, e a
partir de agora a torcida vascaína espera que mudanças aconteçam, caso
contrário a equipe tende a cair ainda mais e acumular resultados
negativos neste Brasileirão. O que realmente é inadmissível é a conduta e
a forma com que o Vasco entrou em campo, jogou e foi surrado pelo
Bahia. Isso não pode terminar sem consequências ou atitudes. Falando
também um pouco do time baiano, a equipe mudou totalmente de postura com
a chegada do novo treinador, Jorginho, que, com as mesmas peças, fez o
time engrenar e iniciar uma reação para escapar de vez as últimas
colocações. E está conseguindo com grandes méritos.
Finalizando toda esta análise e comentários sobre
a rodada de domingo do Brasileirão, destacamos mais um clube que vive
uma fase ruim na competição, mas que anda na parte debaixo da tabela.
Aliás, na zona do rebaixamento. O Palmeiras novamente foi derrotado,
deste vez pelo Atlético-MG, e segue sem conseguir sair da incômoda
situação. Depois do título da Copa do Brasil, o time relaxou de vez no
campeonato, perdeu partidas seguidas e não está conseguindo imprimir um
bom desempenho e uma sequência nos jogos, acabando no Z-4. Já faz um bom
tempo que o time está lá dentro, e para sair a missão parece ficar cada
vez mais complicada. Sendo assim, "levando com a barriga", o alviverde
está correndo um sério risco de rebaixamento, filme que nenhum
palmeirense deseja ver novamente. Mesmo com um time limitado, os
comandados de Felipão tem condições de escapar. Porém, precisam começar a
reação agora, ou poderá ser tarde demais. Abre o olho, verdão.
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